segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dízimo , dar ou não?




Há muitas dúvidas sobre a contribuição do dízimo entre os cristãos. Alguns dizem que não é NeoTestamentário. Mas cuidado, para não usarmos esse tipo de argumento, para justificar a nossa insatisfação em dar o dízimo. Aliás, argumento nenhum é bom, para justificar qualquer erro, princialmente quando usamos a Palavra de Deus, de forma, fragmentada, e dissimulada.


É verdade que em nenhum versículo do Novo Testamento há uma ordem clara de dar o dízimo como no Antigo Testamento. É verdade também que o dízimo foi instituído no Antigo Testamento, por Deus, para a sustentação dos trabalhos nos templos assim como de seus sacerdotes. Inclusive na época de Jesus havia o templo, o que somente foi destruído em 70 d.C. A questão é: isso invalida a ação de dar o dízimo no Novo Testamento? De forma nenhuma. Claro que não tenho provas, mas construo um raciocínio que considero lógico usando evidências encontradas no Novo Testamento. Primeiro, é que o dízimo era algo tão claro e normal ao cotidiano dos judeus que o autor não viu o porque de lembrar sobre essa ordenança. No Antigo Testamento isso foi necessário pois os judeus precisavam levantar o templo e para isso precisava de dinheiro. Dessa forma, o autor de Malaquias foi duro em lembrá-los. A ação do dízimo é tão antiga que Abraão, o primeiro crente, o eleito pra gerar o estado de Israel, entregou o dízimo à Melquisedeque quando chegou na terra de Canaã. Ou seja, ordem não foi exclusiva em Malaquias. Pois se Abraão deu a Melquisedeque e este já praticava, no mínimo o dízimo tinha uns 5.000 anos antes de Malaquias. Ao meu ver, como o foco do Novo Testamento foi proclamar as boas novas que foi a chegada do Messias e sua ressurreição, a questão do dízimo era "menor" pra ser lembrada. Segundo, é sobre a referência a Mateus 23.23 que diz:

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas". Ora, como Jesus estava falando com Judeus e ele estava na Judéia e não na Alemanha, Roma etc., óbvio que ele falava para Judeus. Mas será que isso significa que isso só se explica aos Judeus? Creio que não.


Assim como alguns usam argumentos de que a Páscoa foi feita para os Judeus. É verdade que Páscoa significa passagem, e esta passagem se refere à passagem do anjo a noite na morte dos primogênitos do Egito para que os judeus fossem libertados. Outros acreditam que se refere à passagem do povo judeu pelo deserto. Creio que a primeira é a mais certa pois na pressa os judeus não tiveram tempo de fermentar a massa do pão e é esse pão que se come na páscoa. De qualquer forma, Jesus instituiu duas ordenanças: a ceia e o batismo. E a ceia representa a nossa Páscoa. Não vejo problemas nenhum em entender que a nossa Páscoa, hoje, é simbolizada pela ceia.
Agora, acho correto em chamar a atenção dos líderes ladrões e desonestos que proclamam o dízimo não com o intuito de chamar os servos de Deus na sustentação do templo mas sim de sustentar os seus luxos e riquezas. Para esses a Bíblia deixa claro que há o inferno e a ira de Deus. Devemos condenar essa barganha, pois a barganha é mesquinha. Realmente damos como consequencia da nossa gratidão a Deus, não porque desejamos algo em troca. Esse pensamento não vem de Deus, é obra de Satanás.


Acrescento dizendo que, já conversei com pessoas que servem no departamento financeiro de igrejas. E admitem que ela simplesmente não subsiste com as doações. São os dízimos que sustentam a obra de Deus e as missões. As ofertas são para os projetos (construção disso e daquilo, ação social acolá, compra disso etc.), mas no dia a dia quem paga as contas da igreja é o dízimo.